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Gravataí recebe a primeira palestra de Fabrício Carpinejar sobre bullying nas escolas

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Carpinejar, que sofria preconceito dentro da escola, motivou alunos a desafiar o preconceito
Carpinejar, que sofria preconceito dentro da escola, motivou alunos a desafiar o preconceito - Foto: Divulgação SJDH

Mais de 200 alunos, com idades entre 13 e 16 anos, de cinco escolas estaduais de Gravataí participaram nesta terça-feira (15) do bate-papo do projeto Educar Sem Discriminar, uma parceria das Secretarias da Justiça e dos Direitos Humanos e da Educação junto com o Gabinete Digital do Governo do Estado e o escritor Fabrício Carpinejar. O projeto, que vai abordar o tema bullying nas escolas, ocorreu na Câmara de Vereadores. 

De forma dinâmica e descontraída, Carpinejar abordou os temas que mais motivam as discriminações no ambiente escolar: homofobia, preconceito racial e padrão de beleza. O escritor circulou entre os alunos, que se divertiram com a abordagem e interagiram, fazendo perguntas e colocações.

O escritor falou de quando sofria preconceito dentro da escola e não saia para o recreio, esperando que a normalidade alcançada em horário de aula voltasse: “A ideia central é desafiar o preconceito. Sempre que eu sofria bullying eu era o primeiro a sair; eu mudei quando descobri que eu podia responder. Quem pratica o bullying não é inteligente e não espera por uma resposta. Não há melhor golpe que a linguagem. Usar o senso de humor desarticula qualquer vexame”, afirmou o escritor.

A professora Lea Marques, supervisora e vice-diretora da manhã da Escola Carlos Bina, realiza um projeto que aborda o tema a partir do livro Filhote de Cruz Credo, de autoria de Fabrício Carpinejar, em que o escritor conta que foi discriminado por ser considerado feio. Ao encontro da fala de Carpinejar, Lea contou que sempre orienta aos alunos “que leiam muito para ter argumentos e poder se livrar de situações indesejadas”.

O coordenador de Diversidade Sexual da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, Fábulo Nascimento da Rosa, compartilhou relatos dos casos de denúncia recebidos na SJDH e aproveitou para chamar a atenção para o apoio das próprias instituições de ensino, que nem sempre estão preparadas para dar o suporte necessário. “As pessoas dentro de sua individualidade tem uma série de preferências e escolhas que não necessitam ser exploradas”, completou Fábulo.

Em concordância com a fala do coordenador de Diversidade Sexual, Carpinejar defendeu que as escolas deveriam oferecer uma cadeira de psicologia desde os primeiros anos de ensino. “O bullying só funciona porque a gente acredita naquilo que está nos ofendendo. Aquilo que a gente mais teme nos persegue, mas se rirmos do que nos incomoda as coisas começam a mudar. Pior que o bullying é o autobullying”, finalizou.

A série de 30 palestras ministradas pelo escritor Fabrício Carpinejar deve ocorrer em escolas de todas as coordenadorias regionais de educação, entre os meses de abril e maio, para estudantes de ensino fundamental e médio do Estado.

Texto: Assessoria SJDH
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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